domingo, 9 de dezembro de 2007

Ex-catador inventa equipamento que tranforma lixo em metano e renda

Com patente junto ao INPI, o Redgestor utiliza resíduos orgânicos encontrados no lixo.

Quem disse que somente papel, vidro, alumínio ou pneus podem ser fonte de renda para as pessoas que vivem de recolher lixo? Jocemar Silveira, que trabalha há 17 anos com catadores na região da Pedreira, zona sul de São Paulo, inventou o Redgestor, um equipamento que utiliza resíduos orgânicos de diversas origens e o converte em gás metano, fertilizante e ração animal.

De acordo com Silveira, o modelo utilizado atualmente é o aperfeiçoamento do protótipo e consegue produzir cerca de 13 kg de metano a cada ciclo de 72 h, tempo que leva para trocar os resíduos depositados no equipamento.

Para obter o metano (CH4) Silveira explica que 'alimenta' a máquina com restos de feiras, restaurantes e algas da beira da represa Billings. Em seguida adiciona água e um composto químico. Para obter o produto deixa os resíduos decantarem por 72 horas. Após filtragem feita em uma das válvulas do Redgestor o insumo já está pronto para encher botijões comuns.

Os resíduos que originam o gás também são aproveitados, se transformam em ração animal. A água que sai pela parte de trás do Redgestor fica repleta de microorganismos e pode ser utilizada como fertilizante.

O inventor:

Pernambucano de Olinda, Silveira está na capital paulista há 22 anos. Ele é o presidente da organização não-governamental (ONG) Pedra Sobre Pedra, nome da comunidade onde moram cerca de 30 mil pessoas na divisa entre São Paulo e Diadema. Após perder o emprego de operador de máquinas pesadas, viu no aterro sanitário localizado na Estrada do Alvarenga a solução imediata para o sustento da familia.

Conforme conta, Silveira verificou que os sacos de lixo 'inchavam' com o tempo e depois se incendiavam naturalmente. “A curiosidade me fez pesquisar o porquê disso.” E continua, “foi então que descobri o gás metano e que os resíduos podiam ser utilizados para gerar renda.”

O maior problema enfrentado na realização do projeto foi encontrar patrocínio para a construção da máquina. Após algumas tentativas os recursos foram disponibilizados pela ONG Moradia e Cidadania, formada por funcionários da Caixa Econômica Federal que contribuírma com R$ 8 mil “a fundo perdido”, revela ele. Hoje a ONG Pedra Sobre Pedra detém a patente do Redgestor com o registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o nome do insumo produzido é gás metano ultra puro, outra patente da ONG. A terceira geração do equipamento já está sendo projetada, em dimensões maiores, mas a o que emperra o trabalho é a falta de patrocínio. Silveira está à procura de uma empresa ou órgão governamental que se disponha a investir cerca de R$ 30 mil para a construção de um novo Redgestor em local apropriado.

Segundo cálculos preliminares, esse novo Redgestor seria capaz de encher 50 botijões de 13 kg por dia e gerar renda mensal de R$ 500 a R$ 550 por família envolvida no trabalho. “Estamos abertos a qualquer investidor, seja de origem pública ou privada.” afirma Silveira. E conclui, “o Redigestor além de ajudar o meio ambiente, é uma alternativa de geração de renda que pode ser utilizada em todo o país.”

fonte: http://www.conpet.gov.br/busca.php?segmento=corporativo&string=redigestor&buscar.x=6&buscar.y=8

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