segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Humanidade x Terra,

Do Parasitismo a Simbiose* ou uma Relação Rompida.

Qual é o papel da universidade para atingir a visão de um mundo onde, humanos vivam em harmonia com a natureza? O que a Universidade deve ensinar sobre a natureza? O que a universidade tem que aprender sobre a natureza, e a natureza? O que tem ela de aprender e ensinar sobre o devido respeito à vida nesse planeta-lar? Isso não é meramente uma tarefa para as ciências; é um desafio para as humanidades.”

(Extraído do livro, Ética da Terra: Um desafio à Educação Liberal, Homes Rolston III).



por Alissa Gottfried

Não tem como negar os sucessivos danos que viemos causando no mundo. Em pouco tempo, comparando com a existência do planeta, a humanidade já modificou drasticamente a geografia. A vida humana se torna insustentável. Conduzimo-nos assim, ao extermínio de muitas espécies. Não só de animais e plantas, mas também a nossa está em risco. Quais seriam os motivos causadores desse desequilíbrio?

Para estudar essas causas precisamos ter em mente o domínio que o homo sapiens adquiriu sobre a natureza. A técnica, a estratégia, a inteligência são ferramentas que o homo sapiens desenvolveu através de sua experiência na Terra. Desta relação surge a capacidade humana de submeter o mundo às suas vontades, ou seja, com o conhecimento o homem se tornou o "rei" na Terra. A partir daí a civilização é construída e esse reinado cresce. A educação torna-se um processo vital para a humanidade, no sentido de que reúne cada vez mais “força imperial”.

Vendo dessa forma a universidade se torna um pólo gerador de energia transformadora, onde, concentradamente, se desenvolvem as capacidades humanas. Mas que direções são dadas à essas forças? Quem decide o que deve e o que não deve ser feito? Quem é mesmo esse rei?

Essa questão não é respondível facilmente, porque, faço parte de uma espécie formada por consciências capazes de deliberar sobre o mundo e sobre si mesmas [o que não necessariamente acontece]. Contudo precisamos notar que toda ação reflete na Existência e interfere na Vida de algum modo. E se ao mesmo tempo em que o conhecimento liberta, pode aprisionar tanto a si próprio como aos outros, somos responsáveis pelo que escolhemos e fazemos. Lembrar disso é indispensável. Esse também seria um dos motivos das universidades existirem. Servir como um espaço pra deliberação das ações-interferências no mundo que co-habitamos.

Programamos nossa vida com pouco alcance global, nos preocupamos muito com o fazer, o ter, o querer... Tá, mas e os porquês? Nas universidades os porquês por mais racionais que tentem ser continuam imediatistas e incoerentes. Não poderíamos nos perguntar então, que valor tem todo esse “desenvolvimento” se não tivermos escolha de não poluir, de não dificultar a vida das futuras gerações, de não gerarmos ainda mais doenças e sofrimento. Além de empobrecer a fauna, a flora, e nossas próprias relações com a vida.

Alguma coisa está errada e o erro talvez não possa mais ser corrigido por nós se não nos considerarmos seres planetários capazes de interagir simbioticamente com o mundo ao invés de apenas uma espécie parasita nociva à saude da sua única fonte parasitada.

...


    * Simbiose é uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbiose

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